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A situação econômica
está deixando o consumidor retraído e 74% não pretendem fazer compras nos
próximos meses, segundo a Boa Vista SCPC
O
desemprego é a principal causa da inadimplência dos consumidores brasileiros,
aponta a pesquisa nacional Perfil do Consumidor Inadimplente, realizada pela
Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), referente ao primeiro
trimestre.
De
acordo com o levantamento, 41% dos entrevistados não conseguiram pagar as
contas em dia por conta desse fator, avanço de seis pontos percentuais em
relação ao apurado no mesmo período do ano passado.
Do
total, 66% dos inadimplentes no primeiro trimestre de 2016 são homens, mantendo
tendência existente desde o início da série histórica, em março de 2012.
O
desemprego tem afetado a inadimplência principalmente para as famílias que
ganham até três e entre três a dez salários mínimos, com 49% e 34% das menções,
impossibilitando-as de efetuarem o pagamento de suas contas regularmente.
No
primeiro trimestre do ano passado, esses percentuais eram de 41% e 30%,
respectivamente.
Em
segundo lugar das causas da inadimplência, os consumidores mencionaram a
diminuição de renda (18% do total), alta de sete pontos percentuais na mesma
base de comparação, seguido de descontrole financeiro (15%, diminuição de 13
p.p).
Esse
último fator diminuiu nas três faixas de renda observadas: até três salários
mínimos (de 25% para 13%), entre três a dez salários mínimos (de 31% para 19%)
e acima de dez salários mínimos (de 27% para 16%).
Para
aqueles com renda familiar acima de dez salários mínimos, aumentam os casos de
"esqueceram de pagar" com 24% das citações, contra 19% do mesmo
período do ano anterior.
O
percentual de consumidores que declararam possuir apenas uma conta que causou a
restrição passou de 40% para 49%, se comparado ao primeiro trimestre de 2015.
A
pesquisa da Boa Vista SCPC mostrou também que 17% possuem quatro contas ou mais
em atraso, contra 23% registrados no mesmo trimestre do ano anterior.
Entre
as famílias com renda de até três e entre três a dez salários mínimos, houve
aumento da inadimplência em função do não pagamento de empréstimo pessoal. O
percentual passou de 6% para 10% em ambos os perfis.
MAIS PESSIMISTA
O
otimismo dos consumidores apresentou queda de 4 pontos percentuais em
comparação ao mesmo trimestre de 2015, passando de 80% para 76% das menções de
que a relação recebimentos/gastos para os próximos meses estaria melhor. Para
24% deles, no ano de 2017, esta relação estará igual ou pior à atual.
Ainda
de acordo com o levantamento, a situação econômica está deixando o consumidor
retraído: 74% dos entrevistados não pretendem fazer novas compras nos próximos
meses, tão logo consigam quitar as dívidas que causaram a restrição.
Entre
os que pretendem voltar às compras depois de saldados os compromissos, a compra
de um carro zero km continua a ser o "sonho de consumo" (43%), três
p.p. acima em relação ao ano anterior. A compra de imóveis surge em segundo
lugar, mesmo diminuindo a intenção de 23% para 18% das menções.
O
levantamento foi realizado pela Boa Vista SCPC, em todo o país, no período de
22 de fevereiro a 3 de março, com 1.019 consumidores inadimplentes.
Fonte: Diário do Comércio – SP
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