quinta-feira, 28 de julho de 2011

Escassez de mão obra - empresários apontam soluções

Esta matéria publicada pela FENACON é o retrato falado da dificuldade em se manter no mercado e crescer sem mão de obra.

Muitos jovens concluem o ensino médio e depois saem em busca do primeiro emprego e não conseguem. Por que esta disparidade? De um lado empresa procurando profissionais qualificados e de outro lado pessoas que não conseguem colocação. A resposta é simples, falta qualificação. O ensino médio não proporciona qualificação técnica exigida pelo mercado de trabalho.

Existem diversos cursos extracurriculares, e estes hoje não conseguem atender a demanda.

Estes empresários da região de Campinas mandaram muito bem. Alguém tem de fazer alguma coisa. Se todos continuarem na inércia estarão correndo o risco de pararem de produzir por falta de mão de obra.

Além de investir na qualificação profissional, os empresários também precisam estabelecer um plano de carreira, sob pena de preparar profissionais para o seu concorrente. Este evento tem ocorrido com freqüência no setor de serviços. Fiquem atentos!
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Matéria extraída do endereço: http://www2.uol.com.br/canalexecutivo/notas111/2707201119.htm

Empresariado da região de Campinas reclama de escassez de mão de obra e aponta soluções
27-07-2011

As empresas da região de Campinas sentem que um problema central para a competitividade local está hoje na falta generalizada de mão de obra técnica. Pesquisa da Amcham revela que, para 55% do setor privado nessa importante área paulista, há escassez de profissionais com formação técnica de nível superior. Outros 49% apontam insuficiência de técnicos de nível médio.

Esse déficit de técnicos é muito mais proeminente do que o de outros segmentos profissionais. Com relação a mão de obra não especializada, a baixa disponibilidade é sentida por 32% dos consultados, e, quanto a profissionais em geral, 30% dos consultados percebem que não é possível preencher as vagas disponíveis.

O levantamento, em parceria com o Instituto Análise, foi realizado junto a 190 altos executivos de empresas de todos os portes no País, sendo 84 deles de Campinas, e apresentado nesta terça-feira (26/07) no seminário Competitividade Regional em Campinas. O evento integra o programa “Competitividade Brasil – Custos de Transação” da Amcham.

O setor de indústria responde por 39% da amostra regional, seguido por serviços (14%), automotivo (11%), recursos humanos (7%) e tecnologia (6%). Outras áreas com participação relevante são advocacia (5%), comunicação (4%) e bens de consumo (4%).

"A dificuldade na região de Campinas está principalmente na contratação de posições técnicas e cargos de nível superior. Para a qualificação dessa mão de obra especializada, levam-se anos de educação, um grande pipeline", afirmou Roberto Bucker, vice-presidente regional da Amcham-Campinas.

Soluções
As companhias que operam na região de Campinas priorizaram propostas para enfrentar a escassez e a baixa qualificação da mão de obra.
A mais votada, com 91%, foi a aprovação de uma lei que garanta incentivos fiscais às empresas que investem em capacitação de profissionais, uma espécie de Lei Rouanet. Para 61%, essa medida é muito importante, e outros 30% a consideram importante.

O direcionamento do ensino médio à profissionalização, com conteúdo focado em áreas de interesse profissional, foi a segunda alternativa mais votada. Uma fatia de 90% considera essa sugestão muito importante ou importante.
O desenvolvimento de programas intensivos de melhoria do ensino médio nas áreas de matemática, ciências, física e química é requisitado por 88% dos executivos.

Outra saída, indicada por 76%, é que a concessão de bolsas de estudos aos colaboradores sejam consideradas como rendimento isento de tributos.
Duas propostas tiveram praticamente o mesmo peso na opinião dos entrevistados.

A primeira é a implementação de campi universitários avançados em cidades de porte médio e a segunda, a inclusão de temas ligados a sustentabilidade, empreendedorismo e dinâmica de relacionamento com clientes e fornecedores nos currículos de cursos superiores.

Elas foram indicadas por, respectivamente 67% e 66% dos consultados.

Setores promissores
Questionados sobre os setores mais promissores na região para investimentos nos próximos anos, os pesquisados elencaram modais de transporte (36%), grandes obras de construção civil exceto habitação (35%), petróleo e gás (27%), indústria automobilística (24%) e habitação urbana (19%).
Outros segmentos votados foram turismo e entretenimento, material eletrônico de comunicação e comércio em geral (todos com 16% das respostas). Educação e energia elétrica foram apontados por 12% cada.
Instados a revelar que setores que deveriam contar com maior apoio governamental e das organizações da iniciativa privada, os respondentes da pesquisa da Amcham voltaram a dar grande relevância para vários desses segmentos.

Eles colocaram em primeiro lugar na lista de prioridades a educação em geral e formação profissional (32%), reflexo direto da falta de profissionais.

A seguir, listaram modais de transporte (27%), serviços de saúde (10%) e grandes obras da construção civil (6%). Turismo e entretenimento, energia elétrica e habitação urbana aparecem com 5% cada.
Para destravar os investimentos e impulsionar os negócios, as ações governamentais mais impactantes na visão do empresariado da região de Campinas seriam a redução da carga tributária (74%) e concretização das reformas tributária (44%) e trabalhista (39%).

Foram lembradas também simplificação do critério e da forma para pagamento de impostos (27%), diminuição do custeio da máquina pública (34%), redução da taxa básica de juros da economia (19%), desvalorização do real (11%), reforma previdenciária (10%) e combate à inflação (10%).

Legislação trabalhista
A maior parte do empresariado da região (82%) se mostra favorável a alterações no regime de trabalho baseado na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Somente 12% acham desnecessária a mudança, enquanto 6% não sabem ou não quiseram responder a pergunta.
Para os que consideram as mudanças na CLT fundamentais, os modelos alternativos adequados seriam a diminuição de alguns encargos sociais (94%), direito ao trabalhador de escolher entre os regimes de carteira assinada ou prestação de serviço através de nota fiscal (49%), e fim do imposto sindica (38%).

A conciliação prévia antes de recorrer à Justiça do Trabalho foi lembrada por 33% e a limitação do valor da contribuição sindical foi citada por 32%.
Entre outras saídas votadas, estão pluralidade sindical (25%), eliminação do poder normativo da Justiça do Trabalho (23%) e redução da jornada de trabalho (4%).

A sondagem apurou ainda se as empresas estão realizando algum tipo de provisão para eventuais indenizações relacionadas às ações trabalhistas. Na amostra, 48% das empresas informaram que sim, 33% disseram que não e 19% preferiram não responder.

Em meio às que fazem essas provisões, 48% explicam que a decisão dos valores é feita com base nos processos e ações trabalhistas em curso, e 30% destacaram que provisionam com base no valor médio das causas enfrentadas. Uma fatia de 22% não respondeu.

A pesquisa verificou se as companhias realizam algum tipo de gestão e prevenção de passivos trabalhistas. Uma fatia de 67% dos respondentes revelou que sim, 17% que não e 16% não comentaram.

Os que adotam ações preventivas compartilharam que se concentram em controle dos processos de contratação, promoção e demissão (89%), orientação jurídica para os procedimentos a serem adotados para atenderem à legislação (89%), controle dos registros de ponto, horas extras e folha de pagamento (80%) e controle de saúde do trabalhador e de acidentes (79%).

Ações fiscais
De acordo com 77% dos respondentes, a desoneração da folha de pagamento poderá tornar as companhias mais competitivas. Para 21%, a diminuição dos encargos na folha aumentaria a geração de empregos formais, e apenas 1% acha que isso ajudaria a reduzir a burocracia.
Pensando em uma reforma fiscal profunda, os principais aspectos mencionados para incentivar o desenvolvimento das empresas foram a desoneração da folha de pagamento (89%) e política de desoneração efetiva de investimentos (82%). (AmCham)

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