sexta-feira, 16 de maio de 2014

Florianópolis é a cidade brasileira com os melhores profissionais

Florianópolis é a 5ª melhor cidade do Brasil para investir. E os responsáveis por erguer o município a esta posição de destaque são os seus profissionais. Segundo pesquisa encomendada pela revista Exame, a Capital é a primeira entre 100 cidades brasileiras no ranking de capital humano. Não tem para ninguém quando as empresas param para analisar a combinação de renda média dos trabalhadores e número de profissionais com ensino superior.
Um exemplo é a criação do centro de desenvolvimento de software da empresa portuguesa Wedo em Florianópolis, em 2007. O diretor Marcos Silva conta que assim que o centro se consolidou, todo o desenvolvimento de soluções da companhia voltado ao Brasil e à América Latina - até então uma responsabilidade do escritório do Rio de Janeiro - passou para a Capital. O principal motivo? Capital humano.
— A empresa entendeu que Florianópolis tem essa magia de atrair pessoas de fora. A simplicidade, o estilo de vida e as belezas naturais são ingredientes que fazem com que os profissionais, principalmente os jovens, queiram permanecer aqui. E a empresa queria expandir. De nada adiantaria investir em uma cidade onde o capital humano fosse bater asas — diz Silva.
O diretor afirma que a Wedo, uma empresa jovem, segundo ele, criada em 2001, considerou ainda o número de bons profissionais recém formados na cidade. Segundo ele, a quantidade de instituições de ensino de qualidade foi outro ponto forte para a atração dos investimentos.
A unidade da Capital abriu com uma equipe de 10 funcionários e assim permaneceu até 2009, quando ganhou mais responsabilidades. Hoje, o centro de desenvolvimento conta com 50 profissionais, o que representa um crescimento de 400% em cinco anos. Silva afirma que a evolução ficou muito acima das expectativas iniciais da Wedo para a unidade.
Na pesquisa da consultoria Urban Systems, encomendada pela Exame, Florianópolis se destacou em três indicadores principais, que garantiram a primeira posição da cidade no indicador capital humano.
No município, 39% dos empregos com carteira assinada são ocupados por profissionais com curso universitário, mais do que o dobro da média nacional. A cada mil pessoas economicamente ativas, 111,2 estão matriculadas no ensino superior, sendo que no Brasil, a relação é de 37,04 para cada mil. Já a renda média dos trabalhadores formais por aqui é de R$ 3.178, que é 59,1% mais do que ganham, em média, os profissionais brasileiros.
— A educação é um diferencial muito importante para uma cidade que quer atrair investimentos. Ela é a base do desenvolvimento. Pessoas com um nível mais elevado de educação buscam ter acesso à cultura e a bens de consumo diferenciados, o que exige a criação de negócios melhores e de um atendimento mais qualificado — conclui Sanderlúcio Fabiano de Mira, presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif).


Setor de tecnologia está na ponta da qualificação profissional

O setor que mais tem contribuído para os indicadores positivos de capital humano de Florianópolis é o de tecnologia da informação. As empresas de software, hardware, consultoria, manutenção e licenciamento de softwares são as que mais crescem na Capital, ao ritmo de 20% ao ano, segundo levantamento da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate).
A secretária de Desenvolvimento Econômico de Santa Catarina, Lúcia Dellagnelo, explica que além do crescimento acelerado, o setor demanda a contratação de profissionais com curso superior. E uma coisa puxa a outra, segundo ela. A exigência de qualificação oferece melhores salários e, como consequência, o aumento da renda torna-se fator de atração de novos talentos.
Sobre a conhecida dificuldade que as empresas de tecnologia da Capital têm em preencher as novas vagas, Lúcia diz que há sim um descompasso entre a oferta de trabalho e a formação de profissionais nas universidades.
— O crescimento rápido do setor tem atraído empresas de fora. Então as oportunidades estão aumentando mais do que o número de profissionais formados. O tempo que a universidade leva para formar um profissional é mais longo que a abertura de uma vaga — explica.
Mas, para ela, o número de instituições de ensino superior em Florianópolis e arredores é expressivo, ao ponto de representar outro elemento de atração de bons profissionais.
— Estamos saindo da era do conhecimento para a da inovação e Florianópolis já está preparada para este novo tempo — ressalta Lúcia.
O setor de tecnologia é o que mais paga impostos na cidade hoje, mas o de turismo, o segundo arrecadador, é o que tem maior potencial de crescimento, de acordo com a secretária. Na sua análise, as empresas de tecnologia já estão consolidadas, enquanto o turismo oferece inúmeras oportunidades de investimento na Capital.
Lúcia observa ainda que não poderia haver indicador melhor para uma cidade se destacar do que o de capital humano, que além de impactar os outros indicadores, é um fator de competitividade de metas a longo prazo. Características como desenvolvimento econômico e social, segundo ela, dependem muitas vezes de investimentos pontuais e podem ser trabalhados no curto e médio prazos.
Não deixa de ser uma boa notícia para Florianópolis, que precisa melhorar e muito em desenvolvimento social, econômico e infraestrutura. Entre os piores índices da Capital, que influenciaram as baixas posições nos indicadores citados, estão coleta e tratamento de esgoto.


As melhores cidades brasileiras para investir
(A consultoria Urban Systems considerou cem cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes)

1º Vitória (ES)
2º Parauapebas (PA)
3º Curitiba (PR)
4º Barueiri (SP)
5º Florianópolis (SC)
6º Niterói (RJ)
7º São Caetano do Sul (SP)
8º Recife (PE)
9º Rio de Janeiro (RJ)
10º Macaé (RJ)
14º Itajaí (SC)
36º Balneário Camboriú (SC)
56º Joinville (SC)
65º São José (SC)
74º Blumenau
94º Jaraguá do Sul (SC)
99º Palhoça (99)

Capital Humano
1º Florianópolis (SC)
2º Vitória (ES)
3º São Caetano do Sul (SP)

Fonte: Diário Catarinense

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