quarta-feira, 11 de abril de 2012

Executivos precisam ser mais ágeis na hora de aprender


Por Vívian Soares | De São Paulo

Matéria publicada pela FENACON

Economias em desenvolvimento e que sofrem com a escassez de profissionais qualificados precisam formar talentos em velocidade acelerada. Mapear o potencial dos colaboradores, identificar os futuros líderes e fazê-los atingir o topo ainda é, no entanto, um desafio para a maioria das companhias. Nesse cenário, desenvolver a agilidade de aprendizado nos executivos pode ser a solução.

A proposta é de David Rossi, sócio sênior da consultoria Korn/Ferry International, que esteve recentemente no Brasil. Ele apresentou um estudo no qual defende que é possível que os profissionais aprendam rapidamente com suas experiências para melhorar o desempenho - desde que haja uma tendência natural para assumir novos papeis e responsabilidades. "Líderes que aprendem com as experiências passadas são mais bem-sucedidos nas seguintes. Agilidade e flexibilidade são características-chave para posições de comando", afirma. Para Rossi, isso é ainda mais relevante em países em desenvolvimento como o Brasil, onde o mercado está em constante mudança.

O primeiro passo para as companhias investirem nesse processo, segundo ele, é detectar as características de cada profissional e cruzá-las com as necessidades dos negócios. É preciso levar em conta variáveis como performance de longo prazo, agilidade de aprendizado, abertura a mudanças e facilidade para lidar com pessoas e conceitos. Para identificar essas características em um executivo, é necessário recorrer a ferramentas de diagnóstico.

Segundo o estudo, profissionais mais ágeis no aprendizado têm altos níveis de autoconsciência e conseguem entregar resultados mesmo em situações críticas. "O executivo que está sempre se questionando como pode melhorar é um bom exemplo. Ele mantém seu potencial no longo prazo e se torna apto a assumir tarefas mais complexas."

Porém, profissionais que apresentem naturalmente pouca agilidade na hora de aprender não devem ser descartados pelas companhias. "Eles podem ter alta performance como engenheiros e pesquisadores, mas geralmente sofrem para se adaptar a novas áreas e situações", afirma Rossi. De acordo com o consultor, pessoas com esse perfil podem até chegar ao nível de diretoria, mas em setores como desenvolvimento de produtos, por exemplo. "Para eles, os desafios de carreira estão em funções técnicas."

Os colaboradores com potencial para cargos de liderança, no entanto, precisam de desafios e mudanças constantes. "Nesse caso, é preciso dar atribuições de carreira que possam lapidar seus talentos", afirma. Esses desafios são especialmente importantes para profissionais que atuam em empresas em expansão, internacionalização ou que tenham projetos de alto risco.

Levar um profissional para um alto patamar de agilidade, porém, exige investimentos em 'apoio extra' como sessões de coaching e até mesmo programas de educação executiva. "No MBA a agenda é intensa. Cursos de finanças, RH, estatística e atividades de grupo simulam a vivência de um alto executivo, que lida com diferentes questões ao mesmo tempo", diz. Na opinião de Rossi, porém, a função das escolas de negócios é limitada. "Elas ajudam na formação e no aperfeiçoamento do executivo, mas a liderança em si é uma característica pessoal", diz.

Programas que promovem rotatividade de funções também podem acelerar o aprendizado. "É uma forma de exposição a desafios cada vez mais complexos e arriscados". Rossi acredita, porém, que as empresas não devem tentar formar um time apenas com estrelas. "Não há espaço apenas para pessoas com alta performance de longo prazo e que possuem alta agilidade de aprendizado. É preciso ter um equilíbrio com outros perfis."


Fonte: Valor Econômico
 Link:  http://4mail.com.br/Artigo/ViewFenacon/013928000000000 




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