domingo, 3 de julho de 2016

Qual o rumo a seguir? Aprenda a captar os sinais emergentes


Por Ítalo Rufino

Especialistas em tendências debatem na BR Week como o varejo pode identificar novos comportamentos do consumidor e se preparar para os novos tempos

Nada de bola de cristal, o futuro está sendo feito agora – e as empresas que souberem identificar comportamentos emergentes na sociedade estarão mais preparadas para atender os consumidores do amanhã. 

E como vislumbrar o que ainda parece uma incógnita? 
O segredo é jogar os preconceitos fora e mudar com o mundo. Essa foi a recomendação dos especialistas em tendências Daniela Dantas, diretora de projetos especiais da WGSN Mindset e Peter Kronstrom, diretor da CIFS Latam, que se reuniram em um debate na BR Week 2016, evento sobre varejo, realizado nesta semana na capital paulista. 

“O trabalho de identificar tendências é baseado em mapear novos comportamentos sociais que começam a ser recorrentes”, afirma Daniela. 


Uma forma de iniciar pesquisas em busca do novo é observar o universo da moda, artes e startups – negócios de base tecnológica que solucionam necessidades e desejos que, em muitas vezes, nem o consumidor tinha total consciência de que possuía. 
                                                         KRONSTROM, DA CIFS LATAM: "MUDE COM O MUNDO"

E falar em consumidor é falar de pessoas – um dos focos dos estudos sobre tendências. De acordo com Daniela, é possível identificar tendências significativas de acordo com gerações. 

A Geração Z – aqueles que nasceram após 1995 – não conheceu o mundo sem a internet. São jovens conectados que encontram infinitas utilidades nas redes sociais, seja para marcar atos políticos, como os movimentos a favor da CPI da Merenda, em São Paulo, seja para confrontar marcas, que eles tratam como pessoas. 

Por outro lado, há uma parcela de pais pertencentes a Geração Y (nascidos entre 1980 e 1995) que criam os filhos sem acesso a TV. Não pense que eles desejam privar as crianças do que acontece no mundo. Na verdade, esses pais costumam selecionar o conteúdo que os filhos terão acesso por meio de serviços como o Netflix. 
“Uma das prováveis consequências é que, no futuro, essas crianças serão acostumadas a fazer curadoria de informação e não serão impactadas por propagandas tradicionais”, afirma Daniela. 

E o consumidor aposentado? Nada de chamá-los de “velhinhos”. Há a tendência da gerontolescência, em que consumidores com mais de 60 anos muda o que o senso comum conhece por “terceira idade”. Os novos "idosos" possuem boa renda, saúde e tempo livre para curtir a vida e consumir – e muitos estão numa fase de redescoberta, daí a comparação com adolescentes.
                  LOJA CONCEITO DA VAREJISTA MUJI: CLIENTES CRIAM SEUS PRÓPRIOS PRODUTOS/REPRODUÇÃO 

VAREJISTAS COM UM PÉ NO FUTURO
Algumas tendências estão sendo usadas estrategicamente por varejistas. "É o caso da tendência de hiperindividualização, em que consumidores almejam produtos e experiências de compra totalmente personalizados", afirma Kronstrom. 

Na loja conceito da rede japonesa Muji, em Nova York, que vende de eletrodomésticos a acessórios para maquiagem, os consumidores participam de workshops para montar seus próprios produtos. 

É possível, por exemplo, criar aromas escolhendo 48 elementos olfativos diferentes para usar no difusor vendido pela marca. 

A loja também disponibiliza uma linha de roupas de base neutra em que os clientes podem escolher mais de 100 desenhos diferentes para criar estampas únicas nas peças. 




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