quarta-feira, 13 de julho de 2016

O Facebook mudou. E as empresas terão de se adaptar


Por Thais Ferreira

Alterações no algoritmo da rede social podem prejudicar as páginas de negócios. Entenda as mudanças e saiba como não perder a relevância

Um dos mais disseminados conceitos da biologia enuncia: os mais adaptados sobrevivem. A frase se refere à vida animal, mas bem que poderia ter sido criada para a internet. 

No espaço virtual, as mudanças acontecem num piscar de olhos. E quem não se adequa, fica para trás. Isso vale tanto para gigantes da tecnologia quanto para os pequenos negócios que utilizam as redes.

De tempos em tempos, as grandes empresas do setor, como Google e Facebook, realizam alterações em seus algoritmos (sequências lógicas que mostram como um programa de computador deve reagir). Esses aperfeiçoamentos fazem com que os internautas interajam melhor com as plataformas. 

Recentemente, a rede de Mark Zuckerberg fez uma mudança importante. De acordo com pesquisas realizadas com os usuários, as pessoas preferem ver no Facebook publicações de amigos e familiares, em vez de conteúdos postados por empresas. 

Por isso, o algoritmo da rede começou a privilegiar no Feed de Notícias (página principal que aparece quando usuário abre o Facebook) os posts de perfil (pessoa física) em detrimento das páginas (pessoa jurídica). 

Essa mudança também está relacionada com a queda das publicações originais e pessoais no Facebook – o que é a principal atividade da rede. De acordo com dados do site The Information, houve uma redução de 21% desse conteúdo no último ano. 

NA PRÁTICA
“Nos primeiros anos do Facebook, bastava o usuário curtir uma página para receber o conteúdo postado”, afirma Fellipe Russo, diretor de Mídias Digitais da Tino Comunicação e fundador da Acelera Negócios, site que ensina marketing digital para pequenos negócios.  

A primeira grande mudança da rede foi mudar esse sistema. Atualmente, aparecem para os usuários os conteúdos das páginas que eles mais interagem. 
A alteração mais recente significa que as publicações de empresas serão entregues com menor frequência para os usuários, o que provavelmente deve prejudicar alguns negócios. 

“Isso não significa que os posts das páginas não irão aparecer mais”, diz Russo. “Mas estimular interação dos usuários se tornou ainda mais fundamental para que as páginas mantenham o número de visualizações.”
Conheça algumas ações para se manter relevante no Facebook:

►CRIAR BONS CONTEÚDOS
Para que o alcance das publicações continue na mesma intensidade, uma dos principais recomendações de Russo é trabalhar o conteúdo. 

Publicar sobre os temas que realmente interessem aos usuários é a melhor forma de garantir a interação. É fundamental entender quais os assuntos são preferidos do público e manter a periodicidade das publicações. 

Outra recomendação de Russo é criar conteúdos fixos, por exemplo, um post semanal sobre curiosidades do negócio ou contando os bastidores da empresa.
“A criação dessas editorias ajuda a melhorar o conteúdo”, afirma. Essa é uma ação que ajuda a manter o público interessado na página.

►DIVERSIFICAR PUBLICAÇÕES
“Páginas que publicam sempre no mesmo formato de texto e imagem não atraem os usuários”, afirma Russo. “O Facebook é uma plataforma que tem muitas ferramentas e que devem ser usadas.”

Essa diversificação das publicações, além de gerar mais engajamento, permite que o algortimo da rede avalie melhor uma página.

Usar os botões de compra, vídeos, links e de transmissão ao vivo são boas formas de diversificar a forma de apresentação do conteúdo.

E não há desculpas. Todos esses formatos podem ser explorados por qualquer nicho de negócios. Um restaurante, por exemplo, pode fazer um vídeo ao vivo mostrando como os pratos são feitos ou um e-commerce pode colocar um produto em destaque e usar o botão de compra. 

►ANUNCIAR PARA O PÚBLICO-ALVO
Muitos administradores de páginas entenderam que a mudança no algoritmo é uma forma do Facebook forçar as empresas a anunciarem mais na plataforma. Uma vez que, utilizando os recursos pagos, como “impulsionar publicação” ou “promover página”, é possível atingir um número maior de pessoas. 

O Facebook não assume isso publicamente e garante que as mudanças foram feitas de acordo com as preferências dos usuários. 

Apesar dessas polêmicas, Russo afirma que essas ferramentas pagas são uma boa forma de aumentar o número de curtidas e de interação.

“É algo que precisa ser feito com cautela. É fundamental saber afunilar para um público-alvo específico para que custo por cada clique seja baixo”. 
Os valores para anunciar no Facebook não são elevados. Com apenas R$ 5, os pequenos negócios podem criar campanhas que geram bons resultados. 

Ao contrário do que muitos usuários pensam, o Facebook não deteriora a audiência de quem costumava a anunciar e decide parar de usar essa opção.

“Não há queda de visualizações na página após utilizar as ferramentas pagas. O fluxo volta ao habitual”, afirma Russo. “Essas baixas geralmente estão relacionadas ao conteúdo do post e não a uma deterioração proposital da rede.”


UTLIZAR BOTÕES DE FIDELIZAÇÃO 
Existem duas ferramentas que o Facebook criou para que os usuários continuem a receber os conteúdos das páginas, sem que eles dependam das escolham feitas pelos algoritmos. 

Uma delas é o botão “ver primeiro”. Quando um usuário ativa esse recurso, ele prioriza o conteúdo daquela página e, por isso, ela será mostrada no Feed de Notícias.

Além disso, é possível utilizar o recurso “ativar as notificações”, ou seja, todas as vezes que a página escolhida publicar um conteúdo novo, essa pessoa receberá um aviso do Facebook 

Algumas páginas estão criando ações para estimular o público a utilizar essas ferramentas, com fotos explicando como os usuários podem utilizar esses recursos. 

Para se aprofundar nas mudanças do algoritmo do Facebook, assista ao vídeo de Fellipe Russo:

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