A capacidade de colocar-se como aprendiz diante do outro é uma
das bases de equipes flexíveis e que se adaptam às mudanças constantes nas
organizações
Uma das funções dos líderes é
questionar-se sobre o que é fundamental para um bom trabalho em equipe.
Comprometimento, motivação e treinamentos são tópicos constantemente
necessários. Todavia, um tema de grande relevância raramente tem merecido
atenção e esse tema é a alteridade, concepção que parte do pressuposto básico
de que todo o homem social interage e interdepende de outros indivíduos.
De acordo com
Káritas de Toledo Ribas, administradora de empresas, especialista em Medicina
Comportamental e Coach Ontológica, investir em vínculos consistentes e
favoráveis contribui para que os colaboradores de qualquer empresa,
independentemente do porte, sintam-se realmente parte de algo maior, e percebam
que são partes fundamentais e estratégicas para um funcionamento organizacional
eficaz. “Dessa forma, teremos maiores chances de vivenciar uma equipe de alto
desempenho”, explica Káritas.
O trabalho com
alteridade tem como foco desenvolver a competência de perceber “o outro” como
um verdadeiro outro, validando seus pontos de vistas, seus afetos e seus
sentimentos. Isso não significa que não existirão conflitos ou resistências,
porém seus integrantes compreendem a importância do manejo dessas situações de
forma a colaborar com o desenvolvimento da multiplicidade de olhares e pontos
de vista. A aprendizagem contínua é umas das características marcantes das
equipes que tem como foco o desenvolvimento dessa competência, aponta a
especialista.
A alteridade
ainda traduz-se na competência de notar no outro suas qualidades, dignidade e
percepção singular. “Quanto menos alteridade houver nas relações entre as
equipes, mais distanciamento haverá entre os componentes, dificultando a
comunicação, resultando em um grande ruído, diminuindo assim, as chances de um
resultando satisfatório”, explica Káritas.
Uma das
ferramentas de análise do desempenho da equipe pode ser o simples feedback, tão
utilizado para aperfeiçoar a performance da equipe. “O contato com o mundo é
feito por meio do contato com pessoas como nós. É por meio do outro que somos
capazes de nos perceber e corrigir nosso comportamento”, ressalta a
especialista.
Káritas
defende que é bem mais difícil criar uma equipe de alto desempenho sem a
criação de vínculos que facilitarão o convívio e a liberdade de expressar
situações e sentimentos o que irão permitir a geração de um clima de
crescimento e aprendizagem contínua.
“A integração
ficará em segundo plano, o que pode resultar em uma não manifestação de
criatividade por parte do grupo, porque não haverá relações entre os
integrantes. Se os colaboradores mantêm distância, impedindo a possibilidade do
estabelecimento desses vínculos, essa separação torna-se gradativamente
intransponível e o outro passa a ser percebido como incompatível”.
Uma
comunicação eficaz requer dedicação, mas pode ser facilmente aprendida.
“Investir em programas de desenvolvimento que permitam maior contato com este
tema pode ser uma forma para obter um salto de qualidade, pois, reestruturações
comportamentais sólidas e aprendizagem efetiva exigem longos períodos para
solidificarem-se e tornarem-se orgânicos e naturais”, conclui.
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