terça-feira, 19 de agosto de 2014

Convivência e aprendizagem mútua

Foto / SXC
Convivência significa "viver com" outra pessoa num processo de dinâmica relações interpessoais, seja no âmbito familiar, seja no contexto empresarial. Na família, claro, essas relações envolvem laços de intimidades; nas empresas, por sua vez, pressupõem-se também laços de afetividade, mas sem uma abordagem intimista.

Problemas à vista. Onde? Na própria convivência, pois nela estão as relações humanas e em qualquer processo relacional surgem eventuais atritos.

Soluções à vista. Como? No diálogo. Conforme sabedoria popular nos ensina, "é conversando que a gente se entende". De fato, o diálogo, na família ou na empresa, guardadas as devidas proporções, funciona como uma espécie de "abre-te-Sésamo", permitindo a entrada e o fortalecimento da afetividade saudável que precisa permear quaisquer modalidades de relacionamento humano.

A convivência, quando bem cultivada, gera a qualidade tríplice entre todos os envolvidos, a saber: 1- harmonia; 2- prazer e 3- produtividade.

Antigo bordão, mas ainda válido em nossos dias, diz: "Passamos os melhores anos da nossa vida trabalhando". E onde trabalhamos? Em uma empresa, rodeado por colegas de trabalho, ou mesmo atuando por conta própria, mas ainda assim necessitamos estabelecer boas pontes de relacionamento com as demais pessoas.

E por que, em algumas empresas, a convivência se torna um martírio?

Existem vários motivos para que isto ocorra, mas os mais comuns acontecem pelas seguintes razões:

1- Relações humanas empobrecidas. As pessoas, no ambiente de trabalho, não se permitem conhecer umas às outras, não no sentido intimista, porém no interessar-se genuinamente pelo outro, escutando-o e compartilhando ideias e sonhos, pois isto, o escutar e compartilhar, é o que nos torna verdadeiramente humanos, independentemente da profissão que exercemos ou do cargo hierárquico ocupado.

2- Relações humanas amorfas, isto é, sem forma, quando o outro ao meu lado é "invisível", assim como eu o sou também para ele. Temos aqui um paradoxo doloroso: corpos presentes no ambiente de trabalho (hardware humano), porém mentes ausentes (software emocional desconectado do meu próximo).

3- Relações humanas tóxicas. Essas empresas também são tristemente conhecidas como "filiais do Inferno". Isto é amiúde gerado por chefias tirânicas, que impõem o medo no dia a dia. Ocorrem também quando a cultura empresarial, digamos assim, é erigida sobre a plataforma insana da competição acirrada internamente – quando o que deveria existir seria a saudável cooperatividade, com equipes atuando em sinergia.

Já nas empresas onde as relações humanas ocorrem num processo simbiótico, temos as trocas afirmativas no dia a dia, o respeito à diversidade e, como consequência positiva, a aprendizagem mútua, catapultadora do crescimento individual e do coletivo no âmbito das organizações

E como é na sua empresa? As relações humanas são empobrecidas, amorfas, tóxicas ou simbióticas?


Por Luiz Oliveira Rios
Fonte: Diário do Comércio - SP

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