Saber se expressar com clareza e ouvir os outros são habilidades fundamentais no ambiente corporativo

RIO
— Qualquer profissional, seja ele empresário ou funcionário, deve desenvolver
uma série de habilidades interpessoais — entre elas, a capacidade de se
comunicar. Em artigo publicado pelo site do jornal El Clarín, o psicólogo
argentino Pablo Nachtigall, especialista em inteligência emocional, explica
que, no ambiente corporativo, podemos passar por diversas situações em que se
comunicar com eficácia é essencial. O especialista cita alguns exemplos, tais
como: profissional passa a exercer a liderança de um grupo de pessoas e precisa
comunicar os objetivos a serem alcançados; necessidade de comunicar a seu chefe
ou colega de trabalho o que pensa e sente em relação à determinada situação no
trabalho; um profissional autônomo que precisa “vender” o seu negócio e
serviços que presta a possíveis clientes, inclusive os seus honorários;
profissional que faz parte de uma equipe de trabalho e precisa comunicar suas
ideias de maneira clara e agradável para que seja ouvido.
Mas
a realidade mostra que a maioria das pessoas, principalmente as mulheres, têm
dificuldades de se comunicar de forma eficaz e incorrem em erros, seja na hora
de se expressar ou quando precisam ouvir seus interlocutores. É aí que
verificamos a chamada “comunicação tóxica”, aquela que gera conflitos, tensões,
disputas, discussões e falta de resultados desejáveis no trabalho, explica
Nichtigall:
“Quando
numa empresa ou numa equipe impera a comunicação tóxica, verificamos uma
diminuição importante no rendimento, na produtividade e na satisfação das
pessoas que trabalham naquele determinado local’’.
Segundo
o especialista, a comunicação tóxica no trabalho acontece quando cometemos os
seguintes erros:
Compulsão por
interromper. quando temos dificuldades
para ouvir o outro, podemos incorrer no erro de interromper a exposições de
ideias, opiniões ou pontos de vista. O resultado disso é irritação, raiva e
aborrecimento nos funcionários, colegas ou clientes, o que prejudica tanto o
nosso trabalho como o negócio de forma significativa.
Falta de interesse no
outro. Muitas relações de trabalho eficientes
e produtivas são baseados na capacidade de ouvir e demonstrar interesse no
outro. Quando não expressamos interesse em saber o que pensam nossos colegas,
chefes ou empregados, e nos trancamos em nosso mundo, podemos criar uma
atmosfera de apatia, desinteresse e recusa de interação. As pessoas, na sua
maioria, preferem trabalhar com aqueles que se mostram receptivos e desejosos
de escutar e conhecer respeitosamente os outros.
Diminuir o outro. Uma tendência na comunicação tóxica é
minimizar os sentimentos e opiniões dos outros. Quando tendemos a diminuir a
importância dos sentimentos manifestados por outras pessoas no trabalho,
podemos criar um ambiente carregado de raiva, ressentimento e injustiça.
Gestores que menosprezam a opinião de seus funcionários estão gerando
potenciais conflitos produtivos e legais, além de prejudicar a empresa.
Síndrome do conselheiro
vitalício. Não há nada mais irritante em
uma empresa do que aquelas pessoas que se colocam em uma postura rígida de
consultores sábios e nos dão conselhos sem realmente ouvir o que precisamos.
Conselheiros vitalícios são aqueles que fornecem conselhos não solicitados,
manifestando dificuldades de ouvir e trocar opiniões. Seus resultados são
muitas vezes negativos, porque as pessoas os veem como arrogantes, rígidos e
pouco propensos a descer do seu pedestal.
Síndrome do juiz
irrepreensível. É aquela pessoa que
costuma julgar os colegas, empregados ou clientes, cada vez que compartilham
algo íntimo ou pessoal. As pessoas que incorrem neste erro costumam ser
evitadas, rejeitadas ou demitidas, já que prejudicam ambientes de confiança,
cooperação e troca.
Evitar conflitos. Quando temos medo de expressar o que pensamos,
sentimos ou queremos alcançar no ambiente de trabalho por medo de desagradar,
irritar ou ser punido pelos outros, ficamos expostos a sofrer possíveis
transtornos psicossomáticos. Por outro lado, estamos tirando de outros a chance
de se beneficiarem de nossas opiniões, ideias e pensamentos.
Fonte: O Globo
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