E o efeito aumenta conforme o grau de escolaridade, segundo a pesquisadora | |
Traços específicos de personalidade podem ter grande impacto na renda dos trabalhadores após os 30 anos de idade. Essa é uma das conclusões de um estudo recente da pesquisadora Miriam Gensowski, da Universidade de Copenhague, que será apresentado em São Paulo na terça-feira, em seminário da Fundação Itaú Social.
O trabalho de Gensowski reforça uma linha de pesquisa sobre o efeito das chamadas habilidades não cognitivas, que tem ganhado fôlego. Esse campo olha além da inteligência medida pelo QI.
O estudo de Gensowski se soma a outros que têm dado um passo além da escola e analisado também o mercado de trabalho.
Gensowski decidiu, pela primeira vez, tentar estabelecer uma relação entre os salários dessas pessoas quando chegaram à vida adulta e características de sua personalidade (registradas com base em análises de professores e pais, assim como em autoavaliações).
Segundo a autora, para os homens, características como meticulosidade e extroversão têm impacto positivo significativo nos salários. E o efeito aumenta conforme o grau de escolaridade.
Homens um degrau mais conscienciosos do que a média com, no máximo, o ensino superior aumentaram seus ganhos ao longo da vida em US$ 233,3 mil.
Para aqueles com a mesma característica, mas nível de escolaridade maior (no mínimo mestrado), a renda extra foi de US$ 571,6 mil.
Cada degrau equivale ao que se chama em estatística de um desvio padrão, usado para medir distâncias dos resultados em relação à média.
Já a amabilidade teve impacto negativo sobre a renda dos participantes da pesquisa, o que indica que talvez pessoas com essa característica sejam menos agressivas em barganhas salariais ou escolham profissões com remuneração mais baixa.
Homens mais neuróticos tendem a ter perda salarial se possuem, no máximo, ensino superior, mas não são “punidos” em termos de rendimentos caso possuam escolaridade mais elevada.
Para Gensowski, uma das suas principais descobertas foi o fato de o efeito da personalidade sobre a renda só se materializar após os 30 anos.
Por Érica Braga
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru - SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Para participar cadastre-se!