segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Extrovertidos e meticulosos ganham mais, aponta estudo

E o efeito aumenta conforme o grau de escolaridade, segundo a pesquisadora

Traços específicos de personalidade podem ter grande impacto na renda dos trabalhadores após os 30 anos de idade. Essa é uma das conclusões de um estudo recente da pesquisadora Miriam Gensowski, da Universidade de Copenhague, que será apresentado em São Paulo na terça-feira, em seminário da Fundação Itaú Social.

O trabalho de Gensowski reforça uma linha de pesquisa sobre o efeito das chamadas habilidades não cognitivas, que tem ganhado fôlego. Esse campo olha além da inteligência medida pelo QI.

O estudo de Gensowski se soma a outros que têm dado um passo além da escola e analisado também o mercado de trabalho.

Gensowski decidiu, pela primeira vez, tentar estabelecer uma relação entre os salários dessas pessoas quando chegaram à vida adulta e características de sua personalidade (registradas com base em análises de professores e pais, assim como em autoavaliações).

Segundo a autora, para os homens, características como meticulosidade e extroversão têm impacto positivo significativo nos salários. E o efeito aumenta conforme o grau de escolaridade.

Homens um degrau mais conscienciosos do que a média com, no máximo, o ensino superior aumentaram seus ganhos ao longo da vida em US$ 233,3 mil.

Para aqueles com a mesma característica, mas nível de escolaridade maior (no mínimo mestrado), a renda extra foi de US$ 571,6 mil.

Cada degrau equivale ao que se chama em estatística de um desvio padrão, usado para medir distâncias dos resultados em relação à média.

Já a amabilidade teve impacto negativo sobre a renda dos participantes da pesquisa, o que indica que talvez pessoas com essa característica sejam menos agressivas em barganhas salariais ou escolham profissões com remuneração mais baixa.

Homens mais neuróticos tendem a ter perda salarial se possuem, no máximo, ensino superior, mas não são “punidos” em termos de rendimentos caso possuam escolaridade mais elevada.

Para Gensowski, uma das suas principais descobertas foi o fato de o efeito da personalidade sobre a renda só se materializar após os 30 anos.

Por Érica Braga
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru - SP

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