segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O chefe que todos querem ter

O bilionário Richard Branson, CEO da Virgin, libera seus funcionários a tirarem férias quando quiserem e pelo tempo que desejarem. O problema é que eles podem não querer
Nos braços da galera: Branson, CEO da Virgin, é carregado por seus funcionários
O empresário britânico Richard Branson, presidente do grupo Virgin, já era conhecido por seus métodos pouco ortodoxos de gerenciamento de pessoas. Na semana passada, ele se superou e resolveu alterar a política de férias de seus funcionários. Na verdade, ele simplesmente aboliu qualquer política. A partir deste mês, os 170 funcionários que fazem parte do seu estafe mais próximo, no Reino Unido e nos Estados Unidos, poderão tirar folgas quando e por quanto tempo quiserem. Branson acredita que, dessa forma, a produtividade vai aumentar.
“Os horários flexíveis revolucionaram onde e quando trabalhamos”, afirmou o empresário, em seu blog. “Se já não trabalhamos das nove às cinco, então por que estabelecer um período fixo para as férias?” A ideia, na verdade, não é exatamente original. Branson se inspirou em algumas empresas de tecnologia do Vale do Silício, na Califórnia, que já adotam, com sucesso, essa política. É o caso da Netflix, de filmes online, e da Evernote, de aplicativos para celulares. Mas é a primeira vez que uma empresa do porte da Virgin, com mais de 50 mil funcionários e faturamento anual na casa dos US$ 25 bilhões, toma uma decisão dessas.
No entanto, alerta Branson, para poder se ausentar, o profissional deverá ter 100% de certeza de que não vai prejudicar o trabalho. É aí que mora o perigo, segundo especialistas. “As pessoas tendem a tirar menos dias de folga”, afirmou Jill Miller, pesquisadora da organização britânica CIPD, focada na área de recursos humanos, ao jornal londrino The Mirror. Segundo ela, o motivo é a dificuldade de ter a certeza de poder abandonar o trabalho. A Evernote, por exemplo, precisou oferecer um bônus de US$ 1 mil para quem tirar mais de uma semana. Iniciativas como essa são uma consequência das mudanças no ambiente de trabalho provocadas pela tecnologia.
Atualmente, graças à internet, em muitas profissões, é possível trabalhar de qualquer lugar. O horário de expediente na maioria das empresas, no entanto, é o mesmo desde que a jornada de trabalho de oito horas foi estabelecida, no final do século 19. Branson não está sozinho. O bilionário mexicano Carlos Slim, segundo homem mais rico do mundo, recentemente propôs uma semana de trabalho de apenas três dias. “Poderemos ter mais tempo para relaxar, mais qualidade de vida”, afirmou Slim. Para ele, reduzindo os dias trabalhados, é possível aumentar a carga horária para 11 horas e adiar a aposentadoria. É tudo uma questão de produtividade.
Fonte: IstoÉ

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