quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Experiência renovada interessa ao mercado de trabalho

- idade está se tornando "documento" e agregando valor; - oportunidades para idosos cresce no mercado de trabalho; - valorização da experiência - desde que renovada é claro; - apresentam um comportamento de maior "lealdade corporativa", são mais estimulados a transferir seu conhecimento; - menos competitivos e mais apoiadores; - aumento da longevidade muda perfil do mercado de trabalho.



O aumento da longevidade no Brasil apresenta desafios e oportunidades para todos que já ultrapassaram o meio século de vida. Muito da capacidade para encarar, de forma positiva, esta nova fase, depende da atitude de cada um na maneira como lidou com seu passado e presente. Mas, acima de tudo, como visualizou e agiu em relação ao que esperava do seu futuro.
A palavra “experiência” permite várias interpretações. Quando alguém afirma que possui “30 anos de experiência”, isto pode significar, apenas, a mesma experiência repetida 30 vezes. Mas, em alguns casos, ela pode representar a experiência que se renovou por 30 vezes. Ou mais.
E tudo isto não apenas na perspectiva da carreira profissional. Mas também na forma como vivemos e encaramos nossos outros papéis: conjugal; familiar; social; educacional, individual, etc.
Não basta ter sido um profissional brilhante tendo fracassado nos demais papéis da vida. O saldo desta trajetória deverá apresentar sua “cobrança” a partir da meia-idade.
Estas provocações iniciais se tornam a cada dia mais importantes na medida em que o mercado de trabalho volta o seu olhar para a contratação de pessoas que ultrapassaram a faixa dos 50 anos.
Mas ao mesmo tempo estas demandas buscam profissionais com capacidade para continuar aprendendo, ensinar e, acima de tudo, se renovar permanentemente.
Estudos já mostram que os mais idosos apresentam um índice maior de lealdade com as corporações do que as pessoas mais jovens.
Números levantados pela consultoria Aon Hewitt numa pesquisa recente, sobre as variáveis tempo de casa x idade, mostrou que “o engajamento cresce com a maturidade. Até os 29 anos de idade do profissional, seu percentual é, em média, de 68%. O índice sobe para 75% ente os 30 e 65 anos e atinge 90% depois dos 66 anos.”
É evidente que esta lealdade corporativa não é a única variável que pesa a favor dos idosos. Ela deve vir acompanhada de outros indicadores que tem sido a cada dia mais valorizados pelo universo organizacional.
Compreensão da cultura organizacional, algum grau de ambição, flexibilidade para aprender e inovar, habilidade didática para ensinar, preparo de sucessores e uma visão atualizada do mercado nacional e internacional, fazem parte destas novas demandas.
Muitos dos atuais cinquentões foi educado na cultura de que era importante trabalhar duro para, um dia, mais à frente, poder desfrutar de uma aposentadoria tranquila. Só que isto não aconteceu.
Deixaram de equilibrar trabalho e desfrute, descuidaram da vida pessoal e familiar além de terem pouco cuidado com a saúde.
E a “fatura”chegou agora. Além de não terem a quem culpar, percebem que continuar trabalhando não é apenas uma questão relacionada ao desejo de manter seu padrão de vida financeiro. É também uma forma de preservar sua auto-estima, dar um novo sentido para a vida e, até mesmo fugir da depressão ou dos inevitáveis conflitos conjugais desta fase. Afinal, o ninho já está vazio e não é justo “prender”os filhos por perto como forma de preencher o vazio afetivo para o qual muitos não souberam se preparar.
Enfim, este conjunto de provocações tem a finalidade de mostrar que o mercado de trabalho não se amplia apenas para a chamada geração ‘Y’. Mas é crescente em oportunidades para os idosos que ainda procuram novos desafios e realizações para uma vida plena.

Por Renato Bernhoef
Fonte: Administradores

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